20080719

sobre a comunicação sem palavras



às vezes é preciso um dedo apontado
para acordar outros dedos

muitos dedos apontados são uma ameaça séria
por isso se faz tanta algazarra
/ à volta dos anéis



Carlos César Pacheco, 7 de Julho de 2008, 23h27


Adenda a comunicação sem palavras, em busca da estabilidade criadora:


a grande interrogação



2.

o mundo não pode ser assim
um lugar inóspito
onde os ricos se perdem na sua riqueza
e a maior parte da população sobrevive alienada
onde impera a injustiça, a sobrevivência

deus não existe
isso é seguro - sei com tranquilidade

o que fazer com a minha vida?
o que fazer com o tempo que me resta?

/ não sei



3.

sou um colaboracionista
/ o grande colaboracionista

os novos instrumentos de libertação
afinal transformam-se em grilhetas
de maior injustiça

auto-estradas da informação
auto-estradas da desigualdade

para que sirvo?
/ um condutor de homens exímio
numa estrada sem sentido

libertação pelo conhecimento?



5.

onde está o movimento livre?
qual o gesto útil?

castelos de areia, mês após mês
soldado do capital
absolutamente perene
/ sem significado

o que é real?



Carlos César Pacheco, 27 de Julho de 2007, 18h00

6 comentários:

Carla disse...

São tantas as questões que me pergunto é que o real se confunde aqui com a imaginação...
...leio-te as perguntas, em busca das respostas que teimam em ficar escondidas dentro de mim
gostei detse teu espaço, com tempo quero conhecer os outros
beijos e obrigada pela visita

Maria Oliveira disse...

Apesar da letra ser pequeníssima, o poema é lindo!

Parabéns!
Abraço

jorgeferrorosa disse...

Muito belo o que escreves. Grato por me teres adicionado. Tens sempre a porta aberta e és sempre bem-vindo.
Boa semana para ti.
Abraço
Jorge

José Jorge Frade disse...

Estamos plenamente mergulhados em poesia "de primeira água"...

Parabéns!

José Jorge Frade

Luisa Demétrio Raposo disse...

Olá gostei muito de tudo o que li , vou continar atenta á tua escrita .
Parabéns

Luisa Raposo

* hemisfério norte disse...

o real
é o palpável
é a vi
são
os cobertores/cartão
a mão esguia
o vazio
do ali mento
a miséria
bj
a.

Palavras nos meus poemas:

A minha foto
[autobiografia]


gosto principalmente de não fazer nada, assim deitado de costas, aguardo que as nuvens formem letras por cima da minha cabeça (cavalos, não! - se formarem cavalos, fico logo irritado, mesmo que chova em seguida); aprecio principalmente os textos ritmados , e se se trata de poesia, o soneto; quanto ao conteúdo, que esconda sob a singeleza aprofundada reflexão; e a música, a composição dos elementos para instrumentos naturais, que seja harmoniosa e com conteúdo formal; em suma, aprecio boa música e boa literatura (nada de modernices); também gosto de melancia.

Nota: todos os textos neste espaço estão registados no IGAC, mas podem ser livremente copiados, desde que me mencionem como autor, tenham o link http://forteondaserena.blogspot.com/ e reproduzam esta nota, sem alterações.
.
[biografia]

Não (se ?) sabe se nasceu. Segundo o pai: “nunca há-de ir a lado nenhum”. Não frequentou a escola de Belas-Artes. Frequentou, sem êxito perceptível, a faculdade de ciências. Segundo alguns familiares: “é egoísta e só pensa em si próprio”. ...linguagem... ...conceptual... ...som... (...de que é a forma do espaço agarrado por uma mão aberta...) Em Agosto de 1992, vestiu-se, comprou um jornal, leu diversos anúncios. Segundo o pai: “ainda não sabe o que anda aqui a fazer”. Não conheceu Feldman, Scelsi ou Nono. É quase cego, gastando por isso muito tempo a olhar. Diz frequentemente: «século xx», «trinta e cinco mil anos», «dezasseis mil milhões de anos». Não faz nada.

Não assistiu à conferência “A arte como modo de conhe­cimento” de Jacob Bronowsky nas A. W. Mellon Lectures in Fine Arts em 1969, na National Gallery of Art de Washington D. C.; Segundo o pai, "vai morrer a fome pois não gosta de trabalhar”. Não se sabe onde estava, em Maio de 1833; Apesar de gostar de estar sentado, gosta muito de andar de comboio; “Consciência” — conceito fundamental; Escreve e fala fluentemente português; Em 1997 viu uma árvore; Desenvolveu um sistema que lhe permite estar vivo sem que o pareça; Gosta de estar parado; Não gosta de dormir; Gosta de fazer.
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ao mar

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ou o silêncio